Futuro e confiança – como estes fatores se interligam?

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Por Riberto Araújo

Segundo a Prof. Carmen Migueles, a capacidade de enxergar alternativas para a maneira como os assuntos humanos são tratados e a fé na possibilidade de mudança parecem desbloquear grande energia para colocar essas visões em prática e seriam a fonte da motivação extraordinária que encontramos em algumas pessoas para agir além do que a racionalidade de curto prazo apontaria como lógico com base nas informações e possibilidades presentes.

Do meu ponto de vista, este gatilho da fé está ligado ao ambiente de confiança existente, entre pessoas e destas para com o contexto no qual estão inseridas.

O momento que vivemos no nosso país, de retrocesso nos diversos campos, sobretudo nos impulsionadores político e econômico, nos levam a crer que nos faltam os dois componentes destacados – capacidade de enxergar alternativas e fé, agravados pela falta de confiança nos atores.

Segundo estudos antropológicos sérios, dos quais resultaram mapeamentos de valores culturais, tal como o conduzido por Geert Hofstede, por comparação com outros 70 povos, o brasileiro tende à baixa confiança nas suas relações, assim como também nos orientamos pelo foco no curto prazo, não privilegiando o planejamento, a poupança e investimentos em educação.

Podemos dizer que grande parte dos problemas de gestão e de governo no Brasil é mesmo doméstica, têm sua origem em nossa própria cultura, na forma como entendemos o mundo e geramos padrões de comportamento. Estes padrões nos levam a altos custos de transação e coordenação, com processos deficientes, baixa motivação, comunicação deficiente e grandes dificuldades para o exercício da autonomia nos níveis hierarquicamente inferiores.

Para fechar, cito José Manuel Sánchez Ron, “a cultura não é somente uma herança do passado e uma manifestação do presente, senão também uma arma carregada de futuro”.

Leia mais no livro “Liderança baseada em valores” (Org. por Migueles & Zanini).